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30 abril 2023

Tupac - Hip Hop Genius

 Mais um documentário sobre o maior rapper da história


Tupac Shakur nasceu em East Harlem, Nova York, em 16 de junho de 1971 com o nome de Lesane Parish Crooks. Sua mãe, Afeni Shakur, era uma ativista dos direitos civis e integrante dos Panteras Negras. Seu pai biológico, Billy Garland, era um membro ausente da vida de Tupac, que cresceu em lares adotivos e em abrigos para jovens. Com apenas 12 anos, começou a se envolver em atividades criminosas como tráfico de drogas e furtos.

Sobre o nome, apesar de não ser confirmado pela família de Shakur, muitas fontes (inclusive o relatório do médico legista) mostram seu nome de nascimento foi Lesane Parish Crooks. Este nome teria supostamente entrado em sua certidão de nascimento porque Afeni temia que seus inimigos pudessem atacar seu filho, e disfarçou sua verdadeira identidade usando um sobrenome diferente. Ela mudou isso depois de se separar de Garland e se casar com Mutulu Shakur. Mutulu chegou a figurar entre os 10 mais procurados do FBI.


Shakur esteve na 127th Street Repertory Ensemble do Harlem, um grupo de teatro, e foi escolhido como o personagem Travis Younger na peça A Raising in the Sun, que foi performada no Apollo Theater. Em 1986, sua família se muda para Baltimore, Maryland. Depois de completar seu segundo ano na Paul Laurence Dunbar High School, ele foi transferido para a Baltimore School for the Arts, onde ele estudou atuação, poesia, jazz e balé. Ele atuou em algumas peças de Shakespeare e também atuou como o Rei das Ratazanas em o "Quebra-Nozes".

Tupac descobriu sua paixão pela música aos 17 anos, quando ele e sua família se mudaram para a Califórnia. Lá, ele se juntou ao grupo de hip-hop Digital Underground como dançarino e logo começou a fazer rap. Ele fez sua estreia no álbum "Same Song" do Digital Underground em 1991 e assinou um contrato solo com a Interscope Records.

Em 1992, Tupac lançou seu primeiro álbum solo, "2Pacalypse Now". O álbum foi bem recebido pelos críticos, mas foi criticado por suas letras violentas e suas referências ao abuso policial. No entanto, isso não impediu que ele continuasse sua carreira musical e se tornasse um dos rappers mais populares da década de 1990.

Ao longo de sua carreira, Tupac ganhou fama por suas letras controversas e sua personalidade controversa. Ele foi preso várias vezes por agressão e também foi acusado de estupro em 1993. Embora tenha sido absolvido da acusação de estupro em 1995, ele foi condenado por abuso sexual forçado e sentenciado a quatro anos e meio de prisão.


Enquanto estava na prisão, Tupac gravou o álbum "Me Against the World", que foi lançado em 1995. O álbum foi um sucesso comercial e de crítica, e é considerado por muitos como um dos melhores trabalhos de Tupac.

No ano seguinte lança ''All Eyez on Me'', seu albúm de maior sucesso, alcançando o disco de platina pela RIAA (Recording Industry Association of America), a organização que representa as gravadoras e distribuidores americanas.

Na noite de 7 de setembro de 1996, Shakur foi assistir a uma luta de boxe entre Mike Tyson e Bruce Seldon, no MGM Grand Las Vegas. Após deixar o evento, Orlando Anderson, um membro da Southside Crips, discutiu com o rapper na portaria do ginásio, e Tupac e seus amigos o agrediram no qual foi filmada pelas câmeras de vigilância do local. Algumas semanas antes, Anderson e um grupo da Crips haviam roubado um membro da facção da Death Row em uma loja, prevendo um ataque a Shakur. Após a briga, Tupac encontrou-se com Suge para ir a uma propriedade da Death Row. Então, entrou em um BMW E38 sedan, de propriedade de Suge.

Às 22h55, quando parou em um sinal vermelho, Tupac abaixou o vidro e um fotógrafo tirou sua (última) foto. Veja abaixo:


Aproximadamente dez minutos depois, foram parados por policiais, pois estavam com o som muito alto e sem a placa de licença do carro. Então, Suge pegou as placas de dentro do porta-malas, e os dois foram liberados minutos depois sem serem multados. Por volta das 23h10, quando parou em um sinal vermelho no Flamingo Road, perto do cruzamento Koval Lane, em frente ao Hotel Maxim, um veículo ocupado por duas mulheres aproximou-se de Tupac, com o qual conversaram e convidaram para ir ao Clube 662. 

Cerca de cinco minutos depois, um Cadillac branco, modelo antigo, com um número de ocupantes desconhecido, se aproximou da BMW; o vidro da janela foi abaixado e foram disparados cerca de doze ou treze tiros contra Shakur. Ele foi atingido por quatro deles: um na cabeça, dois na virilha e um na mão. Uma das balas provavelmente ricocheteou no pulmão do rapper. Suge foi atingido na cabeça por estilhaços, mas acredita-se que a bala passou de raspão por ele.

Após chegarem ao local, policiais e paramédicos levaram Suge e Shakur, gravemente ferido, para o Centro Médico Universitário. De acordo com a entrevista de um dos melhores amigos do rapper, o diretor de vídeo Gobi, ele recebeu no hospital, de um funcionário da Death Row, a notícia que os atiradores haviam ido à gravadora, proferindo ameaças de morte a Shakur e afirmando estar a caminho do hospital para "acabar com ele". Ao ouvir isso, Gobi imediatamente avisou a polícia de Las Vegas, que afirmou estar sem policiais disponíveis; ninguém poderia ser enviado. No entanto, a ameaça não se concretizou. 


No hospital, Tupac alternava momentos de consciência e inconsciência, tendo sido fortemente sedado, respirando através de um ventilador e um respirador. Ligado a máquinas de suporte à vida, acabou por ser posto em um coma induzido por barbitúrico após repetidamente tentar sair da cama.

Após ter sobrevivido a uma série de cirurgias - inclusive a da retirada do pulmão direito, mal sucedida - Shakur submeteu-se à fase crítica da terapia médica; suas chances de sobrevivência foram calculadas em 50%. Gobi saiu do centro médico após ter sido informado que o artista tivera uma melhora de 13% na noite de sexta. Enquanto a Terapia Intensiva estava a ser realizada na tarde de 13 de setembro de 1996, Tupac faleceu de hemorragia interna; os médicos tentaram reanimá-lo mas não conseguiram impedir a propagação da hemorragia. 


Sua mãe, Afeni informou aos médicos sua decisão de desligar os aparelhos. Foi declarado morto às 4h03 da tarde. As causas oficiais da morte foram descritas como insuficiência respiratória e parada cardiorrespiratória, além dos múltiplos ferimentos a balas. O corpo de Shakur foi cremado. Mais tarde, um pouco de suas cinzas, misturado a maconha, foi fumado por membros do grupo Outlawz.

Devido em grande parte à falta de provas oficiais, muitas investigações e teorias relacionadas ao assassinato surgiram. Por causa da rivalidade entre ele e The Notorious Big, houve desde o início especulações sobre a possibilidade da colaboração de Biggie no assassinato. Ele, assim como seus amigos e sua família, negou veementemente a acusação. 

Em 2002, o escritor Chuck Phillips, do Los Angeles Times fraudulentamente alegou ter descoberto evidências envolvendo Biggie, além de Anderson e a Southside Crips no ataque. No artigo, Phillips citou fontes anônimas de um membro da gangue que alegou que Biggie tinha ligações com os Crips, muitas vezes contratando-os para a segurança durante as aparições na Costa Oeste. 


No entanto, em 2008, o LA Times publicou um documento oficial da história contada por Phillips. As fontes que o jornalista utilizou foram descobertas por The Smoking Gun e eram completamente fraudadas, o que implicou na demissão do empregado menos de cinco meses depois. Biggie foi assassinado em março de 1997.

A família de Biggie apresentou a MTV uma documentação declarando que o rapper estava trabalhando em um estúdio de gravação de Nova Iorque quando Tupac foi assassinado. Seu gerente Wayne Barrow e o cantor James "Lil' Cease" Lloyd afirmaram publicamente que Biggie não teve participação nenhuma no crime e ainda alegaram que estavam com ele no estúdio na noite do evento.

O amigo de infância de Shakur e membro do Outlawz, Yafeu "Yaki Kadafi" Fula estava no comboio quando o assassinato ocorreu e indicou à polícia que ele poderia ser capaz de identificar os bandidos. Porém, foi baleado e morto pouco tempo depois em um projeto de habitação em Irvington. Até hoje todos esses assassinatos não tiveram resolução.

O rapper atuou em alguns filmes que se destacam: "Juice'' onde foi bastante elogiado pela atuação; "Sem Medo no Coração (Poetic Justice)" com Janet Jackson, inclusive existe uma lenda onde Janet exigiu de Tupac teste de AIDS para participar; "Bullet" com Mickey Rourke e seu último filme "As Duas Faces da Lei (Gang Related)" lançado após sua morte e que conta com um elenco de peso como James Belushi, James Earl Jones e Dennis Quaid


Em 2017, Tupac Shakur foi incluído no Hall da Fama do Rock and Roll, se tornando o primeiro rapper solo a realizar tal feito e fazer parte dos então únicos artistas de Hip-Hop no Hall da Fama do Rock and Roll, junto com o N.W.A, Public Enemy, Run D.M.C. e Grandmaster Flash and the Furious Five.

Desde sua morte, Tupac tornou-se um ícone da cultura pop e um dos rappers mais influentes de todos os tempos. Sua música e legado continuam a inspirar e influenciar gerações de artistas em todo o mundo.

No fim, nem falei do documentário, esse é mais um, conta com entrevistas de amigos, jornalistas e produtores. Em comparação com outros, esse é bem mais simples, mas vale pela curiosidade de quem é fã (como eu) de Tupac.

Trailer (não tem)

Tupac - Hip Hop Genius
Estados Unidos
2004 - 64 minutos

Direção: 
Charlotte Lewin

Elenco:
Luke Brinkers (Narração)
Michael Eric Dyson
Scott Gutierrez
Money-B
George Pryce
Mopreme Shakur


21 março 2023

Mayhem - Lords of Chaos

 A história da banda Mayhem


Confesso que conheci a banda a pouco tempo e de uma forma bem aleatória, estava navegando pela internet e num link perdido do site tinha uma chamada do cancelamento de sua apresentação em Porto Alegre. Cliquei para ver o que era e a banda foi acusada de nazismo. Inclusive colocaram esse cartaz no Opinião que é a casa noturna onde iriam se apresentar:

Não dê bola para o assassinato do português

Fui pesquisar e vi que a banda é bem bizarra, ou pelo menos era no inicio de carreira, queima de igrejas, suicídio, assassinato, um bagulho bem doentio.

Sobre esse cancelamento, a banda soltou uma nota oficial:

O Mayhem é uma entidade não política com milhares de fãs ao redor do mundo, com todos os tipos de experiência e todos os tipos de crenças, ideias e preferências, e todo fã do Mayhem é tratado com o mesmo respeito. Nem a banda nem nenhum de seus membros apoiam o racismo, a homofobia ou qualquer outro "crime de ódio". Embora relatos contrários a isso tenham circulado no passado a respeito de membros individuais da banda, isto é algo distante no passado e nunca foi considerado como nenhuma forma de posição oficial para a banda. Cada pessoa nesse mundo vive e tem que responder por seus atos, ações e ideias e serão julgados de acordo; qualquer forma de julgamento baseada na vivência de uma pessoa, na sua cor de pele, preferência sexual ou qualquer coisa que eles não possam ter o controle a respeito é um ato de fraqueza e será rejeitado pela banda.

Qualquer fã de Mayhem é bem-vindo nos shows, independente de suas vivências, crenças ou orientação, desde que eles não perturbem os outros. O Mayhem acredita em maximizar seu potencial e libertar sua mente de pensamentos e ideias opressivas. Qualquer um ou qualquer coisa que diminua você é seu verdadeiro inimigo. Conceitos mundanos e questões sociais estão abaixo da liberdade da mente.

Jan Axel & Mayhem

Enfim, o passado da banda a condena e sou da opinião que escutem quem quiser, simples assim e caso tenham cometido crimes, que paguem. E é isso que iremos falar agora. Inspirado por grupos como Venom, Slayer, Bathory e Celtic Frost, o Mayhem foi fundado em 1984 pelo guitarrista Euronymous (Oystein Aarseth), o baixista Necrobutcher (Jorn Stubberud) e o baterista Kjetil Manheim. A banda gravou sua primeira demo, "Pure Fucking Armageddon", apresentando Euronymous e Necrobutcher.

Em 1986, a banda se tornou um quarteto com Billy Messiah entrando nos vocais, mas acabou cantando apenas em um show no Ski em abril de 1986, e deixou a banda no final daquele ano. Com a chegada do Maniac (Sven Erik Kristiansen) em 1987, a banda gravou seu primeiro EP, intitulado "Deathcrush", que foi lançado pelo selo Posercorpse Music; Messiah permaneceu no EP como convidado, apresentando duas músicas.

"Deathcrush" foi inicialmente impresso com apenas 1000 cópias, que venderam rapidamente. O EP foi relançado em 1993 pelo novo selo de Euronymous, Deathlike Silence Productions. Em 1988, Maniac foi demitido do Mayhem devido ao vício em drogas, Manheim saiu para encontrar um emprego regular e a banda ficou reduzida a dois membros. Para substituí-los temporariamente, Kittil Kittilsen entrou como vocal e Torben Grue na bateria, mas eles logo partiram.

Após duas breves mudanças, os vocais e a bateria foram preenchidos por Dead (Per Yngve Ohlin) e Hellhammer (Jan Axel Blomberg), respectivamente. Dead mora em Estocolmo e é o vocalista da banda Morbid, mas sabendo que Mayhem estava procurando um novo vocalista, ele se mudou para Oslo e enviou um envelope com fitas cassete, um rato podre e uma carta dizendo que está procurando uma nova banda. porque não acho que o Morbid vá a lugar nenhum. O envelope chamou a atenção dos integrantes da banda, que prontamente o aceitaram.

Dead (esq.) e Euronymous

Depois que Dead assumiu como vocalista, as apresentações ao vivo da banda se tornaram lendárias. No início de sua carreira, ele era conhecido por usar "pintura de cadáver", uma aparência em preto e branco que o fazia parecer um cadáver. De acordo com Necrobutcher, "não tinha nada a ver com a maquiagem de Kiss ou Alice Cooper. Dead queria parecer um homem morto. Ele não queria que parecesse legal". Hellhammer afirmou que Dead "foi o primeiro para usar pintura corporal de músico de black metal. Para completar seu visual, Dead enterraria suas roupas e as usaria no palco na noite do show.

Durante as apresentações, Dead frequentemente se cortava com facas e cacos de vidro quebrado, além disso, a banda costumava empalar cabeças de porcos e ovelhas com pontas na frente do palco. No início de 1990, a banda fez um show em Sarpsborg, Noruega com Equinox e Cadaver no festival Support for Slayer Magazine, e Dead teve que ser imediatamente hospitalizado após cortar profundamente e sangrar profusamente. O show foi posteriormente incluído no álbum "Dawn of the Black Hearts".

No mesmo ano, os membros da banda se mudaram para uma velha casa na floresta perto de Oslo, onde começaram a escrever canções para seu novo álbum "De Mysteriis Dom Sathanas". O baixista Necrobutcher disse que depois de viverem juntos por um tempo, Dead e Euronymous "realmente se estressaram um com o outro" e "não eram realmente amigos na época". Hellhammer lembra que em um ponto Dead foi dormir na floresta porque Euronymous estava tocando música de sintetizador que Dead odiava. Euronymous então sai de casa e começa a atirar com a espingarda para o alto. 


Em 8 de abril de 1991, Dead suicidou-se na casa da banda. Euronymous o encontrou com os pulsos e a garganta cortados e com um tiro de espingarda na cabeça. Em sua nota de suicídio, ele se desculpou pelo derramamento de sangue e pelo tiro dentro de casa, em vez de chamar a polícia, Euronymous foi até uma loja próxima e comprou uma câmera para tirar fotos do corpo depois de arrumar algumas coisas. Uma das fotos foi usada posteriormente na capa do álbum Dawn of the Black Hearts. De acordo com Stian "Occultus" Johannsen, que substituiu brevemente Dead na banda:

Dead não se via como um ser humano, se via como uma criatura de outro mundo. Ele disse que tinha muitas visões que o seu sangue estava congelado em suas veias, que ele estava morto. Essa é a razão do seu nome. Ele sabia que iria morrer.

Necrobutcher recorda-se de como Euronymous contou a ele sobre o suicídio:

Øystein me chamou no dia seguinte... e disse: "Dead fez algo realmente legal! Ele se matou". 
Eu pensei, "você perdeu o juízo? Como assim fez algo legal?". 
Ele disse: "Relaxa, eu tirei fotos de tudo". Eu estava em choque e aflito. 
Ele estava somente pensando em como explorar isto. 
Então eu disse a ele: "OK. Nunca mais me chame antes de destruir estas fotos".

Euronymous usou o suicídio de Dead para criar uma imagem "maligna" para o Mayhem, alegando que Dead se matou porque o black metal havia se tornado muito "na moda" e comercializado. Na época, havia rumores de que Euronymous havia cozido um pote de fragmentos cerebrais do falecido e feito colares com fragmentos de seu crânio. A banda mais tarde negou o primeiro boato, mas depois confirmou o segundo. Além disso, Euronymous afirma que deu esses colares a músicos que considerava valiosos, o que é corroborado por vários membros da cena black metal norueguesa, como Bard "Faust" Eithun e Metalion. Posteriormente, Necrobutcher deixou a banda.


Além da morte de Dead, Mayhem foi tema de algumas páginas controversas na história do black metal e do rock. Antes de mais nada, o Mayhem é a banda mais importante do Inner Circle, um movimento anticristão formado por membros de várias bandas norueguesas de black metal, com o objetivo de espalhar e disseminar o ódio e a antipatia ao cristianismo na tentativa de até mesmo tirar o cristianismo do Noruega. No entanto, essa atitude não estava presente apenas no nível intelectual: durante esse período, várias igrejas na Noruega foram incendiadas por membros do movimento, incluindo algumas igrejas históricas, resultando na queima ou destruição de mais de 50 igrejas por membros do Inner Circle. 

Com o suicídio de Dead e a saída do Necrobutcher, o Mayhem está reduzido a dois membros. O vocalista e o baixista Occultus se juntaram à banda, fazendo vários shows como um trio por um tempo. No entanto, sua permanência na banda durou pouco. Ele saiu depois de receber ameaças de morte de Euronymous. Em julho de 1993, a banda lançou o álbum ao vivo "Live in Leipzig" em homenagem a Dead, que acabou se tornando um dos principais álbuns da cena black metal.


Euronymous chamou Varg Vikernes no baixo, Snorre "Blackthorn" Ruch (Thorns) na segunda guitarra e o húngaro Attila Csihar (Tormentor) nos vocais, e assim começou a gravação de "De Mysteriis Dom Sathanas". Devido à pouca exposição na mídia e vigilância policial, Euronymous acabou fechando sua loja de discos Helvete. A maior parte do álbum foi gravada no Grieg Hall em Bergen durante a primeira metade de 1993. Para coincidir com o lançamento do álbum, Euronymous e Varg planejaram explodir a Catedral de Nidaros, a qual aparece na capa do CD, mas o plano acabou não dando certo.


No meio do ano, surgia uma tensão e um desentendimento entre Varg e Euronymous envolvendo questões contratuais e do Inner Circle, o que resultou no assassinato de Euronymous por Varg em 10 de Agosto de 1993. No dia em questão, Varg e Snorre Ruch viajaram 518 km de Bergen até o apartamento de Euronymous em Oslo. Após uma discusão entre os dois, Varg esfaqueou Euronymous o matando. Seu corpo foi encontrado fora do apartamento com 23 ferimentos de facadas. Varg alegau que Euronymous tencionava sequestrá-lo, torturá-lo até a morte e gravar em uma fita de vídeo, usando um encontro sobre um contrato de gravações como pretexto. 


Na noite do assassinato, Varg diz que entregou o contrato nas mãos de Euronymous e "disse para ele se foder", mas que Euronymous atacou-o primeiro. Varg diz que a maioria dos ferimentos foram causados por cacos de vidro quebrados que caíram durante o confronto. Ele foi preso alguns dias depois e em alguns meses foi sentenciado a 21 anos de prisão tanto pelo homicídio quanto pelos incêndios a igrejas. Ele foi liberado em 2009. Ruch, que esperava por Varg no térreo do prédio e não teve nenhum envolvimento com o crime, acabou sendo condenado por cumplicidade no assassinato e ficou 8 anos preso. Com a volta de Attila Csihar para a Hungria para terminar seu curso de engenharia, restou apenas Hellhammer como membro oficial, ocasionando o fim da banda.

Em Maio de 1994, "De Mysteriis Dom Sathanas" foi lançado e formalmente dedicado a Euronymous. Seu lançamento foi adiado devido a queixas por parte dos pais de Euronymous, que se opuseram a presença das linhas de baixo gravadas por Varg Vikernes. De acordo com Varg, Hellhammer assegurou aos pais de Euronymous que ele mesmo iria regravar os baixos. Aparentemente Hellhammer não fez isso, então o álbum contém os baixos originais de Varg Vikernes.


O filme conta até essa parte, na verdade um pouco antes do lançamento do álbum citado. É bem bizarro o que os integrantes da banda fizeram, isso é fato. LORDS OF CHAOS é baseado no livro de mesmo nome, escrito pelos jornalistas Didrik Soderlind e Michael Moynihan. O filme foi dirigido pelo sueco Jonas Akerlund que é um famoso diretor de videoclipes, onde ganhou diversos prêmios na música. Ele também dirigiu entre outros, ''Polar'' com Mads Mikkelsen.

No papel do Euronymous temos Rory Culkin. Reparou no sobrenome? Sim, é o irmão caçula e menos famoso de Macaulay Culkin. Alias, tem partes do filme onde os mais desavisados vão achar que é o próprio Macaulay de tamanha semelhança entre eles. No elenco temos também Emory Cohen e Jack Kilmer. Para completar, temos Sky Ferreira como interesse amoroso do Euronymous.

Trailer


Mayhem - Lords of Chaos
Estados Unidos/Reino Unido/Suécia
2018 - 118 minutos

Direção:
Jonas Akerlund

Elenco:
Rory Culkin (Euronymous)
Emory Cohen (Kristian "Varg" Vikernes)
Jack Kilmer (Pelle "Dead" Ohlin)
Anthony De La Torre (Jan Axel "Hellhammer" Blomberg)
Valter Skarsgard (Bard Guldvik "Faust" Eithun)
Sky Ferreira (Ann-Marit)