Mais uma resenha vinda do amigo Alan do Trashinema.
Se pedissem para uma criança de seis anos escrever o roteiro deste filme, certamente não seria tão
idiota e retardado como é. Não vou me dar o trabalho de ficar escrevendo a história em detalhes, mas
trata-se de um maníaco assassino mascarado, chamado Ogroff, que vai matando as pessoas que
param em uma estrada no meio da floresta.
Tudo começa quando uma família está parada na estrada e a criança foi fazer não sei o quê no mato
sozinha e torna-se a primeira vítima levando umas machadadas. O pai vai atrás e volta cambaleando e
sem cabeça. Já a mãe fica um bom tempo correndo e acaba nas mãos do assassino tendo os membros
decepados, assim como sua filha, que é desmembrada por um serrote, assada e devorada pelo cruel
assassino canibal. Antes disso, durante a fuga, a mãe pede carona para um carro que está passando,
que para, mas o idiota do caroneiro desce saltitando para sacaneá-la dizendo que caminhar faz bem
para a saúde e segue pela estrada.
Depois, mais uma mulher para na estrada, vê o carro da família e dá queixa à polícia, que a ignora.
Então sabiamente ela volta lá e passa a ser perseguida pelo mascarado. Vão acontecendo uma série de
cenas sem muita relação entre si e que não fazem muito sentido. Ela encontra um homem enforcado
em uma árvore e tenta salvá-lo, mas o cara a ataca e ela acaba matando-o e nos perguntamos a razão
desta cena existir além de encher linguiça. Já o assassino segue matando todo mundo que aparece na
floresta, incluindo um trio que está jogando xadrez e acaba sendo dizimado pelo maníaco, que também destrói o carro deles a marretadas. Ele também tem um duelo - que mais parece uma dança - com um sujeito que está cortando lenha com uma motosserra. Naturalmente o nosso assassino preferido consegue dominá-lo e mata a ele com sua própria serra, que depois é destruída a machadadas.
A mulher que fica fugindo então é pega pelo assassino e levada para sua cabana, onde é cheio de
restos de corpos e machadinhas penduradas. Aliás, o maluco tem o hábito de ficar lá se excitando com um pôster de mulher pelada enquanto fica acariciando sua machadinha.... Enfim, quando a mulher acorda, por algum motivo ela parece se tornar aliada ao doido mascarado, ficando por lá ao seu lado sem medo, ajudando em algumas tarefas.
Pra terminar esta desgraça, ainda aparecem zumbis de uma porta do assoalho onde o mutilador
costumava jogar pedaços de corpos. Eles atacam a mulher, que vai se abrigar no carro. O maníaco
inicia uma luta contra os zumbis toscamente maquiados decepando membros e atravessando estacas
pontiagudas, mostrando que Ogroff não poupa ninguém, sejam crianças, homens, mulheres, carros,
motosserras e até zumbis. Isto permite que a moça escape, atropelando zumbis pelo caminho e tendo
baldes de sangue sendo jogados no seu para-brisas. O mutilador volta tristonho e cabisbaixo para casa
e pega sua moto para perseguir sua nova companheira. Mas o mongoloide chega batendo no carro e
ambos perdem o controle. Mais algumas longas e xaropes cenas de zumbis perambulando pela floresta e atacando o mutilador são exibidas até que a moça consegue carona com um padre, que na verdade é um vampiro com sede de sangue!!
O filme tem 90 minutos e exige muito do espectador - muita paciência - para que continue até o fim e
sem dormir. Praticamente não existem falas e as poucas que existem são desnecessárias, o que não é
exatamente um ponto negativo. Os personagens praticamente também não emitem sons, e suas
expressões parecem ser exageradamente forçadas para parecerem o mínimo convincentes possíveis.
Provavelmente o diretor se inspirou em o ''Massacre da Serra Elétrica' e filmes de zumbi, mas é tudo tão mal feito que chama a atenção.
O filme lembra aqueles filmes ultra-baratos e amadores alemães do ultra-gore, cujos enredos não são o forte, onde basicamente um assassino mascarado sai matando
pela mata, como em Violent Shit. Em OGROFF MAD MUTILATOR, nem tem tanto sangue e tripas assim, mas sobram membros toscos decepados por toda parte.
Ogroff me lembrou Devil Story, não só por ser também francês e de baixíssimo orçamento, mas por
também ser extremamente ruim. São dois filmes terríveis que me fazem pensar se foi algum movimento do cinema amador francês que buscou testar os limites de insanidade, mau gosto e masoquismo cinematográfico dos expectadores.
O diretor N. G. Mount, que aqui atua como o mutilador, também desceu ainda mais fundo e fez outras atrocidades cinematográficas, entre elas o horrível e já comentado aqui no FILME LIVRO, Dinosaur From The Deep, de 1993. Quem teve uma carreira mais bem sucedida da equipe, talvez tenha sido o responsável pelos efeitos especiais, Benoit Lestang, que também participou de produções como Revenge of The Living Dead Girls, The Living Dead Girl, Brain Damage, Baby Blood e até filmes sérios como Amém, O Escafandro e a Borboleta, Manderlay e Martyrs.
Trailer
Ogroff (Mad Mutilator)
França
1983 - 90 minutos
Direção:
N. G. Mount
Elenco:
Robert Alaux
Françoise Deniel
Pierre Pattin
Alain Petit
Michel Pratt
Fabrice Bourdon
Alain Cayol
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