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23 setembro 2024

Dr. Strange (1978)

O primeiro filme da Marvel!


Bem, eu pesquisei e esse é o primeiro filme baseado em um personagem da Marvel, já que a série "The Amazing SpiderMan" é de 1979. Se eu estiver errado eu corrijo. De qualquer maneira, esqueçam essa Marvel "nutella", aqui é Marvel raiz!!!!!

Esse filme é o equivalente cinematográfico de uma feijoada requentada: parece que foi feito com o que sobrou dos anos 70, misturado com uma boa dose de coragem, e servido com um sorriso no rosto como se fosse uma obra-prima. É o tipo de coisa que te faz pensar: "Quem, em sã consciência, achou que isso era uma boa ideia?" Mas, ao mesmo tempo, você não consegue desviar o olhar. Como um acidente de trem místico cheio de fumaça colorida e penteados que desafiam a gravidade.


A começar pela capa, o que vem a cabeça? Sério, eu não quero influenciar ninguém, mas não parece uma capa de algum filme adulto barato? Não que eu tenha mente suja (só um pouco), só que isso que me vem na cabeça. Você pensou em filme adulto? Seu mente poluída, como pode pensar algo assim? Na verdade eu pensei que era algum filme sobre carnaval. É isso. Mas chega de enrolar.


Dr. Stephen Strange, interpretado por Peter Hooten, que, diga-se de passagem, tem o visual perfeito para ser um figurante de filme dos anos 80 do Ron Jeremy. O homem parece um cruzamento entre o Tarzan e um terapeuta da moda, com uma cabeleira que grita: "Eu sou um galã da televisão dos anos 70 e estou pronto para salvar o mundo... ou pelo menos uma pista de discoteca." Ele não tem a arrogância sofisticada e o sarcasmo mordaz que Benedict Cumberbatch trouxe ao personagem, mas o que falta em atuação ele compensa em bigode e calças boca de sino.

"O enredo" (ente muitas aspas), começa com uma jovem possuída por demônios correndo por Nova York como se tivesse tomado uma overdose de LSD. Isso nos leva a conhecer o Mago Supremo da Terra, Thomas Lindmer (porque "Ancião" é muito mainstream), um senhorzinho de barba branca e carisma zero que parece o Papai Noel em período sabático. Ele precisa de um novo aprendiz, e quem melhor para o trabalho do que... um psiquiatra? Claro, faz todo o sentido. Se você está lutando contra forças cósmicas do mal, definitivamente precisa de alguém que saiba ouvir os seus problemas.


E então, entra Morgan Le Fay, a vilã interpretada por Jessica Walter, que faz de tudo para ser maléfica, mas acaba sendo um dos pontos altos da diversão involuntária com uma atuação digna de novela mexicana reprisada no SBT. Com seu vestido esvoaçante e olhos dramáticos, ela parece mais pronta para uma competição de "Miss Bruxa do Ano" do que para dominar o universo. Sua missão? Matar o Mago Supremo, ou fazer algo terrível... honestamente, o plano dela é tão estranho quanto as roupas do "Dr. Estranho".

E os "(d)efeitos especiais", ou podemos chamar, "uma explosão de luzinhas psicodélicas". Não tem como não amar as cenas de magia, que consistem basicamente em uns flashes de luz vermelha e azul, seguidos de uma atuação dramática onde todos agem como se estivessem vendo o infinito, quando na verdade estão olhando para nada. Quando Strange entra no plano astral, é como se tivéssemos sido transportados para dentro de uma lâmpada de lava gigante com fumaça saindo de todos os cantos. É uma viagem que faria até o próprio Dr. Strange questionar o que tinha naquele incenso.


Mas uma das melhores partes são os figurinos, Dr. Strange se transforma no mago que todos esperávamos... e sua capa parece algo que foi comprado numa liquidação pós-Carnaval. É brilhante, é exagerada, é praticamente uma cortina de veludo reciclada de algum teatro. E, claro, não podemos esquecer a insígnia no peito que mais parece o símbolo de uma sociedade secreta de astrólogos amadores.


As batalhas místicas merecem uma menção especial. Se você gosta de ação emocionante e bem coreografada... estamos no filme errado! As batalhas aqui parecem brigas de escola onde ninguém quer realmente machucar o outro. Tudo é resolvido com gestos de mãos e expressões faciais exageradas, como se todos tivessem feito uma aula intensiva de mímica antes das filmagens. O confronto final? Um duelo de olhar fixo e poses dramáticas que faria qualquer diretor de "Malhação" morrer de inveja.


No fim das contas, o filme é uma viagem acidental para uma época em que "super-herói" e "televisão" ainda estavam se conhecendo, como dois adolescentes tímidos no primeiro encontro. O filme tem tudo o que você esperaria de uma produção de super-herói dos anos 70: enredos absurdos, atuações teatrais, efeitos especiais que fariam um foguete de festa junina parecer uma revolução tecnológica e um herói que mais parece o vizinho simpático que conserta o encanamento. DR. STRANGE serviria como um piloto de uma série que infelizmente foi cancelada.

Este filme é o feitiço certo para uma tarde de nostalgia e gargalhadas!

Trailer


Dr. Strange (1978)
Estados Unidos
1978 - 93 minutos

Direção:
Philip DeGuere

Elenco:
Peter Hooten (Dr. Stephen Strange)
Clyde Kusatsu (Wong)
Jessica Walter (Mongan LeFay)
Anne Marie Martin (Clea Lake)
Phillip Sterling (Dr. Frank Taylor)

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