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31 março 2025

Guns

Pólvora, silicone e muitas gostosas! Talvez não nessa ordem!


Andy Sidaris, o mago da metralhadora em slow motion e do casting de ex-coelhinhas da Playboy, nos brinda com mais uma obra-prima da tosquice: GUNS. O título já diz tudo. Tem armas. Muitas armas. Provavelmente mais do que roteiro. E isso é um elogio. A trama, se é que podemos usar essa palavra sem dar risada, gira em torno de um cartel de tráfico de armas liderado por um malvadão com cara de quem faz cosplay de vilão de novela mexicana. Do outro lado, uma equipe de agentes secretas que, por coincidência ou fetiche do diretor, parecem todas ter saído direto de um ensaio da "Penthouse" dos anos 80. E sim, elas lutam contra o crime... de biquíni. Alias, se você acompanha o FILMELIXO, é claro que já sabia disso!!!


Cada personagem tem profundidade emocional equivalente a um copo d’água derramado no deserto. Temos Donna Hamilton (Donna Speir), a espiã que faz acrobacias de salto alto, e Nicole Justin (Roberta Vasquez), que atira melhor do que atua, o que neste filme, é um elogio. O vilão principal, Kane (interpretado por um Erik Estrada que claramente está ali pelo cheque), tem planos malignos que envolvem explodir coisas aleatoriamente enquanto sorri com aquele olhar de "não sei por que aceitei isso, mas preciso pagar o aluguel".


Alias, falando no Estrada, ele atua como se estivesse num comercial de margarina, mesmo quando está ameaçando matar alguém. Seu personagem tem planos tão genéricos que dá vontade de sentar e conversar com ele: “Amigo, você realmente precisa explodir esse barco? Não dá pra conversar com as moças primeiro?”

Ele fala frases como se estivesse sempre prestes a vender um consórcio, com um sorrisinho que diz: “Eu sei que isso é uma porcaria, mas olha esse cheque”.


Sidaris claramente tinha aquele orçamento modesto como já sabemos e que deve ter gasto 90% dos recursos em dinamites. Aviões explodem, carros explodem, até as atuações parecem prestes a explodir de tanta tensão fingida. Em certo momento, uma vilã tenta matar alguém com uma cobra escondida numa câmera fotográfica. Isso mesmo. Uma cobra. Numa câmera. Fotográfica. O roteiro foi escrito, provavelmente, com uma garrafa de tequila do lado e a convicção de que "realismo é superestimado".

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Aparentemente, o FBI dos filmes de Sidaris tem um código de vestimenta inspirado em "SOS Malibu (Baywatch)". Missões são executadas com o mínimo de tecido possível, o que certamente garante... distração do inimigo. Ou do público. Ou dos dois. Não há lógica, mas há estilo.


Os gadgets usados pelas agentes são uma mistura de "James Bond da Shopee" com "brinquedos quebrados dos anos 80". Tem um batom explosivo, uma mala que atira laser (?) e a já mencionada câmera que cospe COBRAS, que, por alguma razão, ninguém questiona como foi parar lá. Talvez elas tenham feito faculdade em Hogwarts, vai saber.

E o som dos computadores? Bipes aleatórios e telas verdes com gráficos que mais parecem o menu do Mega Drive hackeado.


As perseguições de carro são tão lentas que dá tempo de pedir uma pizza entre um corte e outro. Em uma cena, uma das espiãs atira num helicóptero... com uma pistola. O helicóptero explode como se tivesse uma bomba nuclear no tanque. A matemática de Sidaris: bala de 9mm + olhar sensual = destruição em massa.

Tem também o clássico “tiro de bazuca com peitos ao vento”, uma tradição no universo cinematográfico Sidarístico. E, honestamente, acho que o Oscar deveria ter uma categoria só pra isso.


GUNS é uma carta de amor ao absurdo. Um filme onde cada cena é uma mistura de pornô softcore com comercial de armamento, embrulhado num roteiro que parece ter sido escrito num guardanapo durante um churrasco. É como uma feira de armas montada num concurso de miss. É estúpido, exagerado, e completamente delicioso no que se propõe. É o tipo de filme que, se você assistir com uma cerveja na mão e o cérebro em modo avião, vira um espetáculo inesquecível de ação e vergonha alheia.


Assistir a esse filme é como mergulhar num mar de glitter radioativo: você sai confuso, encantado e levemente intoxicado. Mas acima de tudo, você sai divertido. Sidaris não faz cinema. Ele faz eventos cósmicos de mau gosto, ou melhor, bom gosto se tratando das atrizes 😍!!! E a gente agradece.

Já ia me esquecendo, temos ainda Danny Trejo!!!! Quer filme mais macho que esse???  Aqui, o nosso eterno cara de poucos amigos aparece bem novinho, mas já com aquela cara de quem nasceu aos 40 anos e passou a adolescência em uma briga de facas. Trejo interpreta um capanga do cartel, e mesmo com pouquíssimo tempo de tela, ele rouba a cena com a mesma intensidade que roubaria seu carro num beco mal iluminado.

Ele entra em ação com aquele jeitão de "vou te matar com uma faquinha de cortar pão e nem vou suar", e mesmo em meio a tanta bizarrice, é um dos poucos personagens que realmente parece perigoso. E olha que estamos falando de um filme onde uma cobra sai de uma câmera, então isso é um feito.


O mais engraçado é que, em comparação com o resto do elenco, modelos, atores de novela em decadência e figurantes com expressão de sono, Trejo parece um profissional perdido no set errado. Tipo: “Oi, gente… isso aqui não era um filme do Robert Rodriguez, não?”. Ele não fala muito, mas o visual já entrega tudo: sua cara de mal (porque ele é o único ali que não tá atuando como bandido, ele só é o bandido).


Se fosse pra refilmar GUNS hoje, Trejo teria virado o chefão da operação inteira, teria 30 minutos só dele matando gente com um abridor de latas, e provavelmente ganharia um spin-off chamado "Machete: Missão Biquíni Mortal".

Agora sim posso encerrar!

Trailer


Guns
Estados Unidos
1990 - 96 minutos

Direção:
Andy Sidaris

Elenco:
Erik Estrada (Juan Degas)
Dona Speir (Donna Hamilton)
Roberta Vasquez (Nicole Justin)
Bruce Penhall (Bruce Christian)
Cynthia Brimhall (Edy Stark)
William Bumiller (Lucas)
Devin DeVasquez (Cash)
Michael J. Shane (Shane Abilene)
Danny Trejo (Tong)

Download (versão legendada)

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18 fevereiro 2025

Monster Brawl

A batalha definitiva dos monstros!!!


Imagine como seria reunir diversos monstros para lutas mortais para definir quem é o melhor na porrada? Esse é MONSTER BRAWL, um divertido filme de comédia para assistir com os amigos! 

O filme começa com uma atmosfera que tenta ser sombria e misteriosa, mas rapidamente descamba para o ridículo. Um cemitério abandonado serve de palco para um ringue de luta, onde monstros de todas as formas e tamanhos vão se enfrentar. O cenário é tão brega que chega a ser charmoso, com neblina artificial, iluminação dramática e um público... bem, na verdade, não há público. Só os narradores e os monstros, o que torna tudo ainda mais engraçado.

Dave Foley (o locutor) e Art Hindle (o comentarista) são a cereja do bolo desse filme. Eles narram as lutas como se estivessem cobrindo um evento esportivo de alto nível, com piadas, comentários sarcásticos e um entusiasmo que beira o absurdo. Em um momento, eles discutem se um monstro está "tecnicamente morto" ou só "um pouco morto". É como assistir a um jogo de futebol, mas com múmias e zumbis no lugar dos jogadores.


Os monstros são divididos em duas categorias: "Criados" (aqueles que foram feitos pelo homem, como Frankenstein) e "Malditos" (os que foram amaldiçoados, como lobisomens e zumbis). Cada um tem uma entrada triunfal, com direito a música dramática e poses que parecem saídas de um catálogo de fantasias de Halloween, ao melhor estilo WWE. Vamos conhecer alguns dos "competidores":

Frankenstein (ou "Frank"): O clássico monstro de peças humanas costuradas, mas aqui ele parece mais um halterofilista que exagerou no bronzeamento artificial. Ele é forte, bruto e... bem, não é exatamente um gênio. Interpretado por Robert Maillet.

Vampira (ou "Lady Vampire"): A versão feminina do Frank, com um visual que mistura "pin-up" dos anos 50 e cirurgia plástica malfeita. Ela luta com uma combinação de golpes brutais e pose de modelo. Interpretada por Kelly Couture.

O Lobisomem (ou "Werewolf"): Um lobisomem raivoso que parece ter saído de uma academia de crossfit. Ele é ágil, feroz e tem um olhar que diz: "Eu malhei hoje, e você vai pagar por isso."

A Múmia ("Mummy"): A múmia é, sem dúvida, a mais patética do filme. Ela se move devagar, parece estar sempre desmoronando e tem um visual que lembra mais um rolo de papel higiênico usado do que uma criatura assustadora. Lembra aquela do episódio do "Chapolin". Interpretado por RJ Skinner.

A Bruxa Vadia ("Witch Bitch"): Sim, esse é o nome dela. Ela é uma bruxa com atitude, que usa magia (ou algo parecido) para lutar. Seu visual é uma mistura de gótica com vendedora de uma loja de especiarias. Interpretada por Holly Letkeman.

O Zumbi ("Zombie Man"): Um zumbi clássico, lento e desengonçado, mas com uma resistência impressionante. Ele é o tipo de cara que não desiste, mesmo quando está perdendo pedaços. Interpretado por Rico Montana.

O Ciclope (ou "Cyclops"): Um gigante de um olho só que parece ter saído de um filme de fantasia do 
Ed Wood. Ele é forte e está a quilômetros de distância de ser inteligente.

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As lutas são o coração do filme, e elas são tão exageradas que chegam a ser poéticas. Cada monstro tem seu estilo de luta, e os golpes são acompanhados por efeitos sonoros que parecem saídos de um desenho animado. E bem, tenho que citar algumas, não vou me segurar:



Frankenstein vs. Zumbi: Uma luta entre força bruta e resistência infinita. O zumbi perde alguns membros, mas continua lutando, porque, bem, ele é um zumbi.

Lobisomem vs. Múmia: Uma luta entre velocidade e... lentidão extrema. A múmia tenta enrolar o lobisomem em suas faixas, mas ele é rápido demais. No final, a múmia acaba desmoronando, literalmente.

Bruxa vs. Ciclope: Uma batalha entre magia e força bruta. A bruxa lança feitiços que parecem mais fogos de artifício do que magia, enquanto o ciclope tenta esmagá-la com suas mãos gigantes.


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O legal de cada luta, é que antes dela tem as apresentações com a ficha técnica de cada lutador, como país, idade, altura, peso e até o cartel. É muito profissionalismo! Os efeitos especiais são tão ruins que são bons. O sangue parece ketchup, as feridas parecem feitas de papel machê, e os monstros parecem saídos de uma loja de fantasias. Mas é justamente essa falta de sofisticação que torna o filme tão divertido. É como assistir a uma peça de teatro de escola, mas com monstros e muito mais violência.


Nem precisa falar que o filme não se leva a sério, e é aí que ele brilha. Os narradores fazem piadas o tempo todo, os monstros têm personalidades exageradas, e as lutas são tão absurdas que você não pode deixar de rir. Em um momento, um narrador comenta: "Ele está morto? Ou só morto de mentirinha?" É esse tipo de humor sem graça que torna o filme tão engraçado, apesar dessa frase não fazer muito sentido.

A direção ficou a cargo de Jesse Thomas Cook, um canadense especializado em filmes de terror. Residente em Collingwood, Ontário, ele e sua esposa, Liv Collins, fundaram em 2018 a Collingwood Film Co., dedicada à produção de filmes independentes de terror na região de Simcoe County, trabalhando predominantemente com talentos e artesãos locais. 


Antes disso, Cook foi parceiro de John Geddes e Matt Wiele na Foresight Features, uma produtora focada em filmes de terror. Desde 2008, ele dirigiu e produziu 15 longas-metragens, que receberam prêmios em festivais como Fantastic Fest e Fantasia, além de sete indicações ao Canadian Screen Award. Entre seus trabalhos notáveis além de MONSTER BRAWL estão:


Septic Man (2013): um filme de terror sobre um trabalhador de esgoto que sofre uma transformação horrível após ficar preso em um tanque séptico durante uma crise de contaminação da água. 

The Hexecutioners (2015): um thriller que explora o tema da eutanásia em um futuro próximo.

Deadsight (2018): um filme de zumbis que presta homenagem a clássicos como "Night of the Living Dead" e aos videogames da série "Resident Evil".

Cult Hero (2022): uma comédia que satiriza a cultura dos cultos e seus líderes carismáticos.

Cook é reconhecido por sua abordagem prolífica e independente na produção cinematográfica, contribuindo significativamente para o cenário do cinema de terror canadense. 


Para quem conhece o mundo da Luta Livre, temos Jimmy Hart, um ex-manager e compositor de música de wrestling profissional, conhecido por seu trabalho na WWE e WCW. Apelidado de "The Mouth of the South", ele gerenciou lendas como Hulk Hogan e The Hart Foundation. Também ficou famoso por seu megafone e sua personalidade extravagante. Além do wrestling, compôs temas icônicos para lutadores. Aqui fazendo ele mesmo.

Temos ainda Herb Dean, famoso arbitro de MMA, principalmente do evento do UFC e também fazendo si mesmo.


O mais famoso do filme não aparece, é Lance Henriksen, ator americano conhecido por seus papéis em filmes de terror e ficção científica. Ganhou destaque como Bishop na franquia "Alien" e estrelou "Pumpkinhead". Também atuou na série "Millennium" e em diversos filmes de ação e suspense. Sua voz marcante e presença intensa o tornaram um ícone do gênero. Aqui ele é o narrador.

MONSTER BRAWL é o tipo de filme que você assiste com amigos, muita pipoca e zero expectativas. É ruim, mas é ruim de um jeito que te faz rir e se divertir. Se você gosta de filmes trash, monstros clássicos e lutas completamente absurdas, esse é o seu prato cheio.

E aí, pronto para entrar no ringue com esses monstros? 

Trailer


Monster Brawl
Canadá
2011 - 90 minutos

Direção:
Jesse Thomas Cook

Elenco:
Lance Henriksen (Narrador)
Jimmy Hart (ele mesmo)
Herb Dean (ele mesmo)
Dave Foley (Buzz Chambers)
Art Hindle ("Sasquatch" Sid Tucker)
Robert Maillet (Frankenstein)
Jason David Brown (Ciclope)
Kelly Couture (Lady Vampira)
Rico Montana (Zumbi)
Holly Letkeman (Bruxa Vadia)

Download (versão legendada)

Do básico ao avançado Adobe Premiere

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