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14 outubro 2024

Picasso Trigger

Arte + Ação = Sidaris


Essa é mais uma joia brilhante (e deliciosamente tosca) do mestre dos filmes de ação B, Andy Sidaris. É o tipo de filme que te faz perguntar: "Como um título que mistura arte com ação deu origem a uma explosão de tiros, mulheres lindas, gadgets bizarros e tramas que desafiam qualquer lógica?" E a resposta, claro, é simples: bem vindo ao mundo maravilhoso e extravagante de Andy Sidaris, onde a arte do exagero é levada a sério! 

Vamos ao filme que começa com o assassinato de um espião internacional chamado "Picasso Trigger", e logo você percebe que este filme não está nem aí para sutilezas. Depois de uma cena que envolve uma explosão de arte literalmente, uma explosão relacionada à pintura, somos apresentados ao nosso grupo de heróis, agentes secretos que, aparentemente, saíram diretamente de um catálogo de moda dos anos 80. Eles são convocados para investigar a morte de "Picasso Trigger" e, ao mesmo tempo, impedir uma série de assassinatos planejados pelo vilão Miguel Ortiz (que, aliás, tem uma barba vilanesca digna de novela mexicana).


Os nossos bravos agentes secretos são um grupo eclético, liderados por Travis Abilene (Steve Bond), que é a personificação do "herói de ação genérico dos anos 80". Ele fala pouco, atira muito e, claro, faz isso tudo sem jamais desarrumar o cabelo ou suar a camisa. Ao lado dele está um time que parece mais um desfile de moda da Victoria's Secret do que uma agência de espionagem. Mulheres belíssimas, com pouquíssima roupa, mais bem equipadas que James Bond e que disparam tiros e dizem frases de efeito com a mesma facilidade.

A trama, no entanto, é apenas um pretexto para Sidaris fazer o que ele faz de melhor: misturar tiroteios absurdos, mulheres sedutoras, cenas de explosões e gadgets que parecem ter saído de uma loja de bugigangas. Se você está esperando uma história coesa e cheia de reviravoltas inteligentes... bom, esse filme não é para você. Aqui, a narrativa é apenas o pano de fundo para cenas memoráveis que beiram o ridículo, mas de uma forma absolutamente divertida.


Vamos falar desse elenco que nada mais é que o mesmíssimo estilo a lá Sidaris:. O foco não é tanto na atuação, mas em como cada personagem consegue ser mais esteticamente deslumbrante que o outro, enquanto participa de perseguições insanas e lutas impossíveis. Ou seja, mulheres gostosas e homens sarados!

Temos Donna Hamilton (interpretada pela musa do Sidaris, Dona Speir), que atira com uma precisão cirúrgica enquanto desfila em maiôs e biquínis. Ela é a heroína durona, mas também é parte de um estranho equilíbrio entre ser uma agente mortal e uma modelo que acabou de sair de um editorial de praia. Sua parceira, Taryn Kendall (Hope Marie Carlton), completa a dupla dinâmica e igualmente estilosa. Juntas, elas enfrentam terroristas com bazucas, granadas e muita atitude, tudo isso enquanto parecem prontas para um ensaio fotográfico.


Travis Abilene, por sua vez, é aquele tipo de espião galã que parece que estava tirando uma soneca entre missões e de repente se viu envolvido em uma operação internacional. Sua habilidade com armas é invejável, e ele tem um charme tão natural quanto suas camisas abertas ao vento. Ele é o típico protagonista de ação: durão, silencioso, mas com uma inexplicável tendência a se envolver com as mulheres mais lindas da trama. 


E claro, não podemos esquecer o vilão Miguel Ortiz (Rodrigo Obregon), que tem todo o pacote do antagonista perfeito dos filmes de Sidaris: sorrisos maliciosos, um sotaque levemente exagerado e um plano de vingança complicado que, no fundo, só serve como desculpa para explodir algumas coisas e tentar matar os mocinhos de maneiras que seriam risíveis em qualquer outra franquia. 

Temos ainda uma participação especial do Dennis Alexio. Por nome não sabem quem é? Bem, ele é multi campeão de kickboxer com um impressionante cartel de 68 vitórias (63 por nocautes) e apenas 2 derrotas, uma delas para Don "The Dragon" Wilson. Não ajudou muito? Alexio foi o irmão do Van Damme no filme "Kickboxer" de 1989.


Falando um pouco das armas, essas são um caso à parte. Nada é simples. Não temos pistolas comuns ou rifles modestos. Aqui, tudo precisa ser chamativo, desde bazucas gigantescas até armas escondidas em lugares completamente improváveis (inclusive em uma prancha de surfe!). Os tiroteios são longos e cheios de dublês voando pelos ares com uma quantidade ridícula de sangue falso. Os agentes secretos parecem ter estoque ilimitado de balas e explosivos, e nenhum deles jamais se preocupa com recarregar uma arma.


Além disso, há gadgets que fariam o Q de James Bond rir de nervoso. Destaque para uma arma de pulso com lasers, que parece saída diretamente de uma loja de brinquedos dos anos 80. É tudo exagerado de uma maneira deliciosamente descompromissada.

E o que seria de um filme de Sidaris sem os cenários ensolarados e os figurinos absurdamente pequenos? O filme se passa em locais paradisíacos, com praias, mansões e iates de luxo, o que faz com que cada cena pareça uma propaganda de férias tropicais. E os personagens, é claro, estão sempre prontos para mergulhar, bronzear-se ou lutar contra terroristas, tudo enquanto exibem seus corpos esculturais em trajes de banho. 


O figurino é um espetáculo à parte: maiôs cavados, biquínis minúsculos e, claro, as clássicas jaquetas de couro que parecem ser obrigatórias em qualquer filme de espionagem dos anos 80. Não importa a situação, todos parecem estar sempre prontos para participar de um desfile de moda, mesmo que haja tiros e explosões por todos os lados.

PICASSO TRIGGER é tudo que se espera do Sidaris: ação sem limites, personagens ridiculamente atraentes, explosões gratuita, e um enredo tão complexo quando uma história infantil. É como se James Bond encontrasse "Baywatch" em uma rave dos anos 80. 


O bacana do filme ainda, é o plot twist no final, algo diferente se tratando do universo Sidaris. Se o que você quer é uma hora e meia de puro entretenimento, risadas involuntárias e cenas de ação tão exageradas que beiram o cômico, então você está no lugar certo. Andy Sidaris sabia exatamente o que estava fazendo, e PICASSO TRIGGER é um tributo à sua genialidade peculiar. E falando no Sidaris, não esqueçam de sua aparição no filme! 

Legendado por FILMELIXO!

Trailer


Picasso Trigger
Estados Unidos
1985 - 99 minutos

Direção:
Andy Sidaris

Elenco:
Steve Bond (Travis Abilene)
Dona Speir (Donna Hamilton)
Rodrigo Obregon (Miguel Ortiz)
Hope Marie Carlton (Taryn)
Harold Diamond (Jade)
John Aprea (Salazar)
Bruce Penhall (Hondo)
Cynthia Brimhall (Edy)
Dennis Alexio (Toshi Lum)

Download (versão legendada)

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03 outubro 2024

Hard Ticket to Hawaii

O segundo filme "Triple B" do Sidaris!


Se você já se perguntou como seria misturar uma novela cheia de personagens malucos com cenas de ação de um filme de espionagem, o clima ensolarado do Havaí, e uma cobra mutante radioativa, a resposta está aqui: HARD TICKET TO HAWAII. Esse épico trash de Andy Sidaris é uma verdadeira obra prima do entretenimento, um filme que transcende o conceito de roteiro lógico e entrega uma montanha russa de absurdos que vai fazer você rir, se espantar e questionar suas escolhas de filme, mas de um jeito incrivelmente divertido! 

Mas antes de começarmos, já sabem quem é o Andy Sidaris? Não? Então cliquem aqui, onde eu falo dele.

Voltando ao filme, somos apresentados a Donna e Taryn (Dona Speir e Hope Marie Carlton), agentes secretas que trabalham disfarçadas como pilotos de avião. Sim, porque aparentemente, no universo de HARD TICKET TO HAWAII, o principal disfarce de um espião é pilotar uma aeronave em uma ilha paradisíaca. O trabalho delas consiste em transportar qualquer coisa, de passageiros a, veja bem, cobras mutantes altamente perigosas que escaparam do controle! E aí está o primeiro de muitos absurdos: a história começa a girar em torno de um diamante contrabandeado e uma cobra geneticamente alterada e super perigosa que acaba à solta. Ah, e ela está infectada com uma praga mortal. Tudo normal até aqui, certo?


O problema, claro, é que o contrabando de diamantes e a cobra mortal se entrelaçam de uma maneira que só HARD TICKET TO HAWAII poderia imaginar. As duas heroínas, apesar de estarem armadas até os dentes e claramente aptas para derrotar vilões, estão, em boa parte do filme, ou em trajes de banho, ou protagonizando cenas de ação completamente sem sentido, como quando atiram em uma boneca inflável com uma bazuca. Sim, eu disse bazuca. Aliás, essa arma parece ser o recurso favorito dos personagens, não importa se o alvo é um bandido perigoso ou, de novo, uma boneca inflável voadora. Tudo merece uma explosão épica no universo de Sidaris!!


Agora, vamos falar de Rowdy Abilene (Ronn Moss), o "galã" de cabelo esvoaçante e músculos de novela. Com um nome como Rowdy, você espera que ele seja um herói de ação imbatível, mas ele é surpreendentemente incompetente na maior parte do tempo, inclusive em suas habilidades com armas de fogo. Sua pontaria? Horrível. Mas sua habilidade com nunchakus feitos de latas de cerveja? Impecável! O que não faz o menor sentido, mas Sidaris não está preocupado com sentido, apenas com diversão.

Donna e Taryn são as protagonistas femininas que, apesar de serem agentes secretas, passam mais tempo em poses sensuais do que realmente resolvendo o conflito central. Elas enfrentam os vilões de forma decidida, mas sempre com aquele toque de "estamos em um ensaio fotográfico de biquíni". E é claro que o filme as coloca em cenas completamente aleatórias, como quando Taryn enfrenta um assassino enquanto anda de patins, em uma das lutas mais sem nexo já vistas.


E temos vilões também! Afinal, é um filme do Andy Sidaris! O chefão do contrabando de diamantes é daquelas figuras genéricas, sem qualquer motivação clara além de fazer cara de mal. No entanto, ele tem capangas bem peculiares, incluindo um homem que usa um skate como arma mortal, equipado com uma metralhadora! Não vamos esquecer que, no meio disso tudo, ainda há uma cobra mutante radioativa à solta, que aparece em cenas tão aleatórias que você se pergunta se o roteirista esqueceu que ela deveria estar no filme e só a colocou lá por acaso.


As cenas de ação são o ponto alto do filme, mas não pelos motivos convencionais. Elas são tão absurdas e mal coreografadas que acabam se tornando hilárias. A cena mais famosa é, sem dúvida, quando Rowdy derruba um vilão que andava de skate com, adivinhe, uma bazuca!!! Sim, ele atira com uma bazuca em um sujeito com um skate. Melhor ainda, a sequência envolve um boneco inflável usado como distração antes do tiro final. A quantidade de explosões desnecessárias neste filme é digna de um prêmio à parte. As vezes podemos pensar que estamos vendo um filme da Troma


O filme também entrega tiroteios que desafiam qualquer senso de realidade. Ninguém, absolutamente ninguém, tem uma pontaria decente, exceto quando estão mirando em objetos inanimados ou tentando causar a maior explosão possível.

Se você achou que os vilões humanos eram bizarros, espere até ver a cobra. Por algum motivo, essa criatura geneticamente alterada e radioativa parece ser uma ameaça maior do que o cartel de drogas. Ela ataca do nada, surgindo em locais inesperados como banheiros e furgões e suas aparições são tão ridiculamente inseridas na história que você se pergunta se o Sidaris colocou essas cenas como um teste de atenção do público. Cada vez que a cobra surge, o filme atinge novos níveis de estranheza.


HARD TICKET TO HAWAII é o exemplo perfeito do que acontece quando um diretor está 100% comprometido com o exagero e 0% preocupado com lógica. Se você ama filmes que desafiam sua noção de normalidade (Velozes & Furiosos?), que fazem você rir pelas razões mais bizarras e que são tão absurdos que se tornam irresistíveis, este é o filme para você. 


A combinação de cenários tropicais, diálogos ridiculamente engraçados, cenas de ação mal coreografadas e efeitos especiais que parecem ter sido feitos no quintal de alguém torna este filme uma experiência única. É um clássico cult que, contra todas as probabilidades, ganhou um lugar no coração de fãs do cinema trash.


Prepare-se para gritar de rir, se questionar o que acabou de ver, e agradecer por ter entrado no mundo insano de HARD TICKET TO HAWAII. Não é apenas um filme, é uma aventura insana e hilária que faz cada segundo valer a pena!

Apesar de no geral os filmes do Sidaris serem "todos iguais", com uma pitada de diferença aqui e ali, particularmente achei ainda mais divertido o Malibu Express, mas é apenas questão de opinião. Lembrando que o Sidaris também aparece por aqui, mas nesse está até mais fácil de encontrar.

Legendado por FILMELIXO!

Trailer


Hard Ticket to Hawaii
Estados Unidos
95 minutos - 1987

Direção:
Andy Sidaris

Elenco:
Ronn Moss (Rowdy Abilene)
Dona Speir (Donna)
Hope Marie Carlton (Taryn)
Cynthia Brimhall (Edy)
Wolf Larson (J.J. Jackson)
Harold Diamond (Jade)

Download (versão legendada)

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