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11 fevereiro 2025

Folies Meurtrières

É tão ruim, mas tão ruim, que é ruim! (Mas é bom!)


Lançado em 1984, FOLIES MEURTRIERES é um filme slasher francês que se destaca não apenas por sua proposta de terror, mas também por sua estética peculiar e momentos que beiram o bizarro de ruim. Dirigido por Antoine Pellissier, o filme é uma verdadeira viagem ao mundo do horror de baixo orçamento, onde a violência e o humor se entrelaçam de maneiras inesperadas. É tão baixo orçamento que essa capa assusta de tão ruim, mas que pode levar a se pensar que veremos um slasher dos mais violentos... Então...

Imagine que você está numa festa onde alguém tenta contar uma história de terror, mas desiste no meio e decide só gritar "SANGUE!" e jogar ketchup nas paredes. Isso é FOLIES MEURTRIERES. Não há uma narrativa convencional, mas sim uma sucessão de cenas desconexas onde um assassino mascarado persegue e mata suas vítimas de formas brutais, enquanto a câmera parece estar em um constante estado de crise existencial.



O assassino não tem nome, história ou motivação (quem precisa disso, afinal?). Ele é apenas... o assassino. Ele mata porque... pode. E suas vítimas? Pobres almas que estavam no lugar errado, na hora errada. O "enredo" é mais uma desculpa para mostrar os assassinatos em si, o que nos leva ao próximo ponto...

Os (d)efeitos especiais se destaca pelo uso generoso de sangue falso e maquiagem grotesca. Cabeças são cortadas, tripas são expostas, e tudo é filmado de um jeito que faz você pensar: "Será que isso foi feito com um orçamento menor do que meu almoço no bandejão comunitário?"



Se a câmera fosse uma pessoa, ela seria aquele amigo bêbado que insiste em tirar fotos, mas sempre corta as cabeças das pessoas. Os ângulos são estranhos, os zooms são abruptos, e muitas vezes você se pergunta: "O que exatamente eu estou vendo aqui"? Fico me perguntando, será que esse cara recebeu alguma coisa para filmar? Se foi umas duas cervejas e um croque-monsieur eu até acredito.

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Pausa para a dica de armazenamento, está precisando de espaço na nuvem?
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E o que falar da trilha sonora? Prepare-se para uma combinação estranha de sintetizadores irritantes e silêncios constrangedores. A música, se é que podemos chamá-la assim, parece ter sido composta por alguém que acabou de descobrir como usar um teclado Casio. Pode ter sido o filho de 8 anos do diretor que fez e recebeu uns doces como pagamento. Mas, de alguma forma, isso só contribui para o caráter absurdo e hipnotizante do filme.



FOLIES MEURTRIERES é o tipo de filme que tenta ser aterrorizante, mas acaba sendo hilário, típico FILMELIXO. As atuações são tão exageradas que você quase sente vontade de aplaudir os atores por sua dedicação ao absurdo. Há algo de incrivelmente cômico em assistir a uma vítima gritar por três minutos enquanto claramente espera o assassino se preparar para o golpe final. Essa estética amadora é, paradoxalmente, o charme do filme, pois ele é apenas um festival caótico de violência estilizada e experimentalismo.

Essa porcaria não é para todo mundo. Na verdade, ele é para pouquíssimas pessoas. É um filme que exige paciência, uma certa dose de masoquismo e, acima de tudo, um senso de humor peculiar, até mesmo para os fãs de horror experimental e do cinema trash. De qualquer maneira é uma pequena joia ensanguentada que merece ser descoberta. Seu defeito? Ter apenas 45 minutos, com essa qualidade deveria ter pelo menos umas duas horas!!!



Sobre o diretor, segundo o IMDB, ele tem esse filme, um curta e um tal de "Maleficia" de 1998.

Por curiosidade, "Folies Meurtrières" significa "Loucuras Assassinas" em françês. Legendado por FILMELIXO, perdi mais alguns neurônios fazendo isso. E se eu assisti, vocês são obrigados a assistir!!!

Trailer (não tem)

Folies Meurtrières
França
1984 - 45 minutos

Direção:
Antoine Pellissier

Elenco:
Não sei quem é quem e nem o IMDB sabe, mas quem se importa?
Todas estão com apenas esse filme no currículo. 
Elisabeth Carou 
Mireille Duruisseaud 
Marie-Pierre Fosse 
Jean-Pierre Fonzes 
Magali Bernard 
Carole Chapus 
Samya El Alaoui 
Isabelle Rebuffat

Download (versão legendada)

Do básico ao avançado Adobe Premiere

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25 janeiro 2025

The Amazing Bulk

Um das melhores cópias de Hulk!!! Falo sério, sempre falei!!! 😜


Imagine um filme onde todos os cenários parecem ter sido roubados de um CD-ROM educativo dos anos 90, os atores parecem estar ensaiando para um comercial de margarina e os efeitos especiais são tão precários que fariam o primeiro jogo do "E.T."  de Atari parecer "The Last of Us Parte 2" do Playstation 4. Bem vindo a THE AMAZING BULK, um filme que não apenas desafia as convenções do cinema, mas também a sua paciência. E é bom pra caralho!!! Ou não... 


O filme é basicamente um show de "fundo verde", nenhum cenário é real. Nenhum! As cenas se passam em fundos digitais tão toscos que fariam o PowerPoint de 2001 parecer cinematográfico. Quer uma perseguição emocionante de carro? Claro, eles te entregam algo que parece um joguinho de corrida feito no Flash. Quer uma cena romântica? Prepare-se para um piquenique em um parque que claramente é só uma foto de banco de imagens mal recortada. Cada "cenário" parece que foi criado por uma criança de 6 anos feita no Paint com um pagamento de chocolates e uma latinha de Coca-Cola. 

A "trama" (coloque muitas aspas aqui) acompanha o Dr. Henry Howard (Jordan Lawson), um cientista com habilidades tão impressionantes quanto a Gretchen fazendo filme pornô (sim, ela fez caso não saiba. E sim, é ruim, mas muito ruim). Ele trabalha em um projeto secreto para criar um soro que aumenta a força humana. Tudo parece ir bem ou pelo menos tão bem quanto pode ir em um filme onde a lógica não existe, até que ele decide testar o soro em si mesmo. Resultado? Ele se transforma no Bulk, um gigante roxo, desproporcional e que parece uma versão mutante do Teletubbie Tinky Winky depois de cair em um tanque de tinta roxa.



Hank tem uma namorada chamada Hannah (Shevaun Kastl), que parece estar presa em uma novela mexicana, constantemente chorando ou declarando seu amor de forma tão artificial que você quase acredita que ela está apaixonada por um boneco. E em filmes de super heróis é claro que teremos o vilão, aqui o Sr. Kantlove (Randal Malone)! Junto com sua esposa burrinha (Juliette Angeli), o casal tem como um dos prazeres lançar mísseis em monumentos pelo mundo, coisa pouca.

Após diversos fracassos com o projeto, Hank finalmente tem sucesso e se transforma no poderoso Bulk, um ser enorme e desengonçado onde ele não tem controle nenhum, matando inocentes pela cidade. Hank então é capturado pelo seu sogro, o General Darwin (Terence Lording), onde é descoberto que ele estava financiando o projeto para criar super humanos. Darwin dá uma missão a Hank, impedir que Kantlove destrua a lua, e somente Bulk pode impedir.



Bem, como era de se esperar, o verdadeiro destaque do filme é o próprio Bulk. Cada aparição dele é uma oportunidade de se maravilhar com o quão ruim pode ser a computação gráfica. Ele não anda, ele desliza pelo chão. Suas expressões faciais são inexistentes, o que é uma benção porque o modelo digital parece algo que um estudante do primeiro semestre de design gráfico faria em 15 minutos. Quando ele corre, você jura que está assistindo um daqueles desenhos animados onde as pernas giram como hélices. Um dos defeitos é ter pouco aparição na tela, então quando o vir, aproveite. 

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THE AMAZING BULK foi criado para ser ruim, ele abraça sua incompetência com tanto entusiasmo que acaba se tornando cômico. Há momentos em que você não consegue acreditar que aquilo foi feito com seriedade. As transições de cena incluem cortes abruptos, e a trilha sonora dramática tenta convencer o espectador de que o que está acontecendo é épico, mas o que vemos na tela é um desastre hilário. As vezes, querer ser "trash" o resultado pode não sair como esperado, aqui, tem algumas cenas bem forçadas, mas é compensado pela trasheira dos cenários!!!



Esse troço foi dirigido por Lewis Schoenbrun, um nome que, no mínimo, desperta curiosidade e risadas nervosas entre os fãs de cinema de baixo custo. Este cineasta e editor norte-americano talvez seja mais conhecido como o responsável por esse filme mesmo. Antes de se aventurar na direção, Schoenbrun construiu uma carreira sólida como editor, trabalhando em diversas produções, principalmente em filmes de baixo orçamento e séries de TV. Seu trabalho como editor inclui filmes mais tradicionais que demonstram seu conhecimento técnico sobre montagem, mas nada poderia preparar o público para sua transição ao papel de diretor.  


Com THE AMAZING BULK, Schoenbrun estava pesquisando imagens geradas por computador para a produção de um horror de baixo orçamento mockbuster de Homem-Aranha sendo estrelado por uma protagonista feminina. Ao discutir com um produtor a idéia de fazer um filme de quadrinhos com grandes quantidades de tela verde, em vez disso, decidiu criar uma paródia do personagem o Hulk. Ele afirmou que inicialmente pretendia fazer um filme ruim, mas reconsiderou o filme numa paródia. Acabou na verdade fazendo os dois. 



O projeto foi financiado pelo próprio Schoenbrun. A fotografia principal, que custou apenas 6 mil dólares. Como já citado, o filme inteiro foi filmado em um palco de tela verde na Califórnia. O áudio teve um custo de 3 mil, a correção de cor custou 1 mil, e outros 4 mil foram para "efeitos" em CGI, software, compositor, entre outros elementos. A trilha sonora, composta por Mark Daniel Dunnett e apresenta música clássica de compositores como Beethoven, Strauss, Brahms e Tchaikovski, incluindo alguns elementos de comédia pastelão inspirados nos desenhos de Looney Tunes, Betty Boop e da MGM. Schoenbrun é um herói! Deixou sua marca no cinema! Confira uma entrevista (em inglês) para o blog Ninja Dixon, clique aqui.

Sobre os atores, ou "atores", todos são desconhecidos, talvez um deles um pouco menos. Vamos lá, Jordan Lawson, o protagonista, tem uma carreira discreta no mundo do cinema. Antes e depois do filme, ele apareceu em algumas produções independentes e de baixo orçamento. Sua filmografia é limitada e sem grandes destaques, o que sugere que ele provavelmente encarou THE AMAZING BULK como uma oportunidade de ganhar visibilidade no início de sua carreira. No entanto, o filme acabou sendo lembrado mais pelo seu aspecto de "tão ruim que é bom" do que por qualquer atuação marcante. Desde então, ele se manteve longe dos holofotes e não tem muitos créditos relevantes no cinema ou na TV.



Shevaun Kastl, tem uma formação sólida em atuação e um histórico mais diversificado do que outros membros do elenco. Ela participou de peças teatrais, produções independentes e pequenos projetos para TV. Antes de desse aqui, Shevaun já tinha experiência em curtas-metragens e filmes de menor orçamento. Sua carreira reflete uma atriz dedicada, mas que ainda não encontrou grandes papéis de destaque na indústria. Após o filme, ela continuou ativa em projetos independentes, mas parece ter evitado associações com a "fama" de THE AMAZING BULK. Ela apareceu em 1 episódio de "Revenge", de "Mentes Criminosas (Criminal Minds)" e "Heroes".


Randal Malone é talvez o ator mais interessante do elenco em termos de carreira, especialmente para os fãs de cinema trash. Ele é uma figura conhecida em produções de baixo orçamento, muitas vezes interpretando personagens excêntricos ou absurdos. Malone é um veterano desse nicho, com uma filmografia que inclui diversos filmes independentes, geralmente de terror ou comédias exageradas. Sua presença em THE AMAZING BULK foi apenas mais um capítulo em sua trajetória de papéis peculiares. Malone é adorado por fãs do gênero trash justamente por abraçar completamente esse estilo de atuação. Infelizmente faleceu em 2024. Clique aqui e veja os diversos filmes que já participou.

Para finalizar, THE AMAZING BULK... sei lá o que escrever... até a próxima resenha! Legendado por FILMELIXO, se eu assisti, vocês também vão!

Trailer


The Amazing Bulk
Estados Unidos
2012 - 76 minutos

Direção:
Lewis Schoenbrun

Elenco:
Jordan Lawson (Henry "Hank" Howard/Bulk)
Shevaun Kastl (Hannah Darwin)
Terence Lording (General Darwin)
Randal Malone (Dr. Werner von Kantlove)
Juliette Angeli (Lolita Kantlove)
Jed Rowen (Detetive Ray Garton)
Deirdre V. Lyons (Detetive Lisa Tuttle)

Download (versão legendada)

Do básico ao avançado Adobe Premiere

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