Pensem num filme trash... Tenho certeza que ainda não pensaram no nível desse...
Resenha escrita pelo amigo Allan do Trashinema. E sim, no blog dele tem muitas porcarias também...
Nossa história começa com um grupo de náufragos chegando de barco a uma ilha. De alguma forma
desconhecida - como tudo neste filme -, um dos sujeitos chega ferido e é deixado pelo grupo deitado
próximo à margem enquanto os outros vão à floresta procurar alimentos.
Um deles encontra um rio e vai matar a sede, mas a água dissolve sua cara e logo só restam os seus
ossos. Quando voltam à praia, encontram aquele homem ferido, na verdade apenas seus ossos, já que
havia sido rapidamente devorado por alguma criatura sinistra.
À noite, pequenas criaturas com olhos e dentes luminosos surgem e atacam todo mundo a dentadas. O
pessoal consegue matar alguns e afugentar o restante. No dia seguinte, resolvem perambular pela ilha
e encontram novamente as criaturinhas. Agora podemos vê-las mais claramente - o que exige certo
esforço para não rirmos delas, pois se supõe que seriam seres assustadores. Os pequenos e estranhos
seres são bronzeados e cabeludos, com olhos totalmente brancos - lembrando uma versão mambembe
dos monstrinhos do filme ''Trilogia do Terror'' (1975). Além disso, eles escalam árvores, são muito ágeis e altamente carnívoros.
Eles atacam novamente saltando das árvores aos montes, se pendurando nos humanos e dando boas
mordiscadas neles até serem atirados no mato ou fugirem, mas não sem antes deixar mais uma vítima
mortal. Os nomes dos personagens não são muito importantes na história, ninguém é muito relevante. Mas um deles é o Morgan, um velho xarope que não para de resmungar, é mordido e fica maluco. Ele sai correndo pela mata e se joga na água derretedora e logo vira um esqueleto. Ninguém parece se
importar muito com isso, nem nós que estamos assistindo. Vale destacar as atuações dramáticas e
convincentes dos atores quando ocorrem as outras mortes.
Assim como o filme, os sobreviventes vão andando para lugar nenhum na mata e, depois de escalarem uma pedra, veem um bando de monstrinhos louvando uma estátua. Com isso, decidem voltar para o barco. Eles saem correndo com os pequeninos em seu encalço. As impiedosas criaturas vão fazendo novas vítimas e apenas dois humanos chegam inteiros à praia e lá encontram um barco que os salva, lugar de onde eles não deveriam ter saído, se esperavam por resgate, mas o mínimo de coerência é pedir demais neste filme.
ATTACK OF THE BEAST CREATURES é o tipo de filme que podemos ver tranquilamente sem legendas, pois os diálogos são totalmente inúteis e não temos qualquer explicação sobre a "trama". Provavelmente o roteiro foi imaginado durante uma cagada, isso se não foi sendo pensado na medida em que ia sendo filmado. Em um momento, talvez por falta de ideias ou para esticar um pouco a duração do filme, são mostradas novamente as mortes, que é praticamente tudo o que você precisa ver do filme.
De qualquer forma, rende algumas risadas, em virtude da baixa renda, atuações, momentos ridículos e, principalmente, pelos toscos bonequinhos mortais se pendurando nas pessoas, correndo pra lá e pra cá ou se atirando das árvores. Sobre o orçamento do filme, não encontrei os números, mas deve ter sido uma miséria. Apenas devem ter pago um pastel pra cada ator, comprado uns bonequinhos esquisitos de alguma liquidação e roubaram o esqueleto de alguma escola.
Em relação aos efeitos, o filme fica devendo sangue. A melhor cena deve ser quando o imbecil tem a
cara derretida pela água ácida, dando uma esperança de que poderia vir algum gore promissor, mas
fica devendo. O filme é datado de 1985, embora pareça até mais antigo. Tanto o diretor, quanto o roteirista e quase todos os atores - se é que podemos chamá-los assim - praticamente só fizeram esta tranqueira em suas carreiras cinematográficas. Provavelmente perceberam que não sobreviveriam nesta profissão. Para quem gosta de procurar os piores filmes já feitos, este é uma parada necessária.
Um Filme Lixo por excelência!
Trailer
Attack of the Beast Creatures Estados Unidos 1985 - 82 minutos
Direção: Michael Stanley
Elenco: Robert Nolfi (John) Julia Rust (Cathy) Robert Lengyel (Case) Lisa Pak (Diane) Frank Murgalo (Phillip) John Vichiola (Morgan) Fran Kal (Pat) Download (versão legendada)
Para nós que estamos no ocidente, FATAL FRAME é mais conhecido como um game de sucesso que surgiu em 2001 lá no PlayStation 2. Mas ele ficou conhecido devido a um grande detalhe que foi o marketing feito em cima do game. A versão americana é vendida como se fosse baseado num fato real. Acontece que esse fato é irreal, sim, foi uma ''pegadinha do Malandro'' (alô ''Bruxa de Blair'') para ajudar na divulgação e aumentar o hype. Para quem gosta de lendas, vou postar um ótimo artigo do site Assombrado desmistificando tudo isso. Depois eu volto:
A lenda da Mansão Himuro
Suposta Mansão Himuro
A famosa Mansão Himuro foi o palco de mortes violentas de uma família japonesa e vários de seus associados, algumas décadas atrás. Serviu até de inspiração para o famoso jogo Fatal Frame. Agora será que ela existe ou não passa de lenda urbana criada pelos produtores americanos...
Assombrados, chegou a hora de falarmos sobre a famosa Mansão Himuro. Como gosto de trazer informações novas para vocês, pedi para o rusmea.com, que fala fluente japonês e morou lá no Japão por 20 anos, para ir na web japonesa e trazer informações sobre ela, pois na web brasileira todo mundo copiou de todo mundo. O que ele descobriu vai ter surpreender...
A família Himuro participava de um específico e enigmático ritual xintoísta com o nome de "Ritual de Estrangulamento", que era usado para selar o karma ruim da Terra. O Karma, chamado "Malice" (ou Malícia), emergiria em uma data específica perto do final do ano de um portal no jardim interno da mansão. Para prevenir isso, uma donzela era escolhida ao nascer e isolada do mundo externo para ser criada como um cordeiro para sacrifício. Isso era feito para prevenir que ela, a "Donzela do Santuário da Corda", adquirisse qualquer ligação com o mundo externo, o que arruinaria o ritual. Antes do "Ritual de Estrangulamento", outra donzela era escolhida para o "Ritual do Demônio Cego" que, ao ser amarrada, sua face era forçada contra uma máscara de madeira com espetos nos locais onde deviam estar os olhos. A relação dessa prática com o "Ritual do Estrangulamento" não é conhecida, mas aparentemente era necessária para o sucesso.
Após o tempo certo ter passado, chegaria o dia do "Ritual do Estrangulamento" para a "Donzela do Santuário da Corda", onde ela seria atada por cordas nos seus pulsos, tornozelos e pescoço. As cordas eram amarradas a times de bois, que puxavam radicalmente do corpo da menina, arrancando seus membros de seu corpo. Não é conhecido se ela estava morta antes de seus membros serem arrancados, entretanto, é lógico que a corda do pescoço a sufocaria, apesar de ela estar sentindo uma dor agonizante. As cordas usadas para amarrar seus apêndices seriam ensopadas com seu sangue e cruzadas no portal da Malícia. Mas o portal só permaneceria fechado por aproximadamente 75 anos antes de o ritual se repetir. Por gerações, essa tradição era passada pela família Himuro, o chefe da família sempre participava dos procedimentos.
Porém a honra da família levou ao desastre. Durante o último "Ritual de Estrangulamento" registrado, é dito que a "Donzela do Santuário da Corda" avistou um homem do lado de fora da mansão vários dias antes do ritual. Ela se apaixonou por ele, e seu novo apegamento à Terra manchou seu sangue e seu espírito; o ritual e seu sacrifício falharam miseravelmente. O chefe soube do acontecido e perdeu sua sanidade. Ele correu pela mansão assassinando sua família, os sacerdotes, e qualquer desafortunado que estivesse visitando a mansão na ocasião. Envergonhado com sua falha de prevenir a calamidade, ele caiu sobre sua própria katana, cometendo o harakiri. A Família Himuro e os rituais performados por ela agora estavam mortos. As pessoas locais ficaram quietas quanto a história, e eles não estavam nada ansiosos para descobrir detalhes das mortes. Ainda hoje, esforços são feitos para descobrir mais informações sobre a família e sua tragédia, mas os registros são poucos.
Obtendo mais Informações sobre a Mansão Himuro
Intrigados com a história desta mansão, que serviu de enredo para um dos melhores jogos de survival horror todos os tempos, solicitei ao rusmea.com, que morou 20 anos no Japão e domina a língua japonesa, que trouxesse material inédito para mim sobre ela.
Ele nunca tinha ouvido falar sobre a Mansão Himuro, e contei para ele rapidamente a história, dizendo que inclusive na Wikipédia em português, figura com todas as letras que o game foi baseado em fatos, no caso a história da Mansão Himuro.
Cadê os Artigos e Fotos sobre a Mansão no Japão?
A Mansão Himuro fica no Japão, portante deveria haver muitas páginas e fotos na internet japonesa sobre ela, correto. Errado! Inclusive, na versão Japonesa da Wikipedia não existe tal item destacado, apenas que uma história parecida faz parte do enredo do game.
A pesquisa se estendeu por 2 longas e intensas pesquisas na web Japan, visitando dezenas de sites e blogs sobre lugares abandonados, em busca de qualquer referência sobre a tal mansão. Nada! Para os japoneses, a história contada no ocidente, só existe dentro do game.
Se não tem nada no Japão sobre o assunto, o que pode ter acontecido para nós aqui do Ocidente acreditarmos que existe a Mansão Himuro:
- Algum erro de interpretação e/ou tradução...
- Informações passadas e repassadas com a conotação de falso documentário (como a Bruxa de Blair)...
- Pura sacanagem mistificação de blogueiros gringos...
Talvez o artigo que possa ter criado a lenda da Mansão Himuro foi publicado no paranormala.com. Não tem o nome do autor nem data da publicação, mas pelas opiniões podemos ver que foi a mais de 7 anos atrás no mínimo. Você pode lê-lo clicando aqui.
Ele trás toda a lenda que conhecemos e termina dizendo que "Talvez houveram assassinatos e tudo isso realmente aconteceu, ou talvez seja um pouco mais provável que foi feito por alguns desenvolvedores de jogos criativos. Eu não acredito que vamos descobrir exatamente a verdade tão cedo. Então por que não aproveitar a lenda do Mansão Himuro? É uma boa lenda urbana!"
É Tudo Lenda!
Um pequeno artigo na web japan, escrito por volta de 2008, fala sobre o artigo publicado no paranormala.com. Ele conta a história e depois praticamente resolve o mistério. Segue tradução:
O artigo do paranormala.com, fala da existência de uma amaldiçoada mansão chamada Himuro, onde no passado teria acontecido um brutal assassinato... Acontece que não existe uma mansão com jeito de templo como essa em Tókio!!! A mansão Himuro não existe!!! Esta foto não é real!!!
Supostamente localizada na zona periférica de Tókio, a moradia estaria envolvida com rituais Xintoístas e isso me leva a crer que tenham feito uma mistureba bem grande da lenda da Vila Sugisawa* (Como o incidente da Vila Yatsuhaka*, originalmente da província de Okayama, nem sequer sendo em Tókio...Especialmente este caso, não trata de uma história de fantasmas, mas sim, de um caso real.) com a Vila Mine, das estórias sobre as vilas abandonadas em Okutama.
Acontece que a versão americana do game Fatal Frame, foi divulgada como sendo 'baseada em fatos', gerando a lenda urbana da existência de tal mansão maldita, nas cercanias de Tókio.
Segundo nota das empresas japonesas detentoras dos direitos autorais do game, não se trata de uma lenda urbana japonesa, mas sim, de uma 'lenda urbana japonesa, criada nos Estados Unidos' e por conseguinte, a empresa não se responsabiliza por eventuais erros interpretativos."
*A lenda urbana da Vila Sugisawa, trata da estória de uma vila com tal nome, que estaria localizada nas profundezas das montanhas da província de Aomori, Japão, no qual, por volta do início do período Showa (1926-1989), um homem teria perdido a razão e massacrado todos da vila para no final cometer suicídio. A vila completamente vazia, se tornou um lugar abandonado maldito, sendo supostamente apagada dos mapas e registros e ainda por cima, quem fosse lá visitá-la não voltaria nunca mais.
**O incidente da Vila Yatsuhaka, mais conhecido como o Massacre de Tsuyama, foi um fato real ocorrido em 21 de maio de 1938, na vila rural de kaio, próximo da cidade de Tsuyama, na província de Okayama, Japão. O Spree Killer (Veja matéria do oaprendizverde.com.br sobre Spree Killers), Mutsuo Toi de 21 anos, matou 30 pessoas, incluindo sua avó, usando uma escopeta, uma espada Katana e um machado. Sendo por muito tempo, o maior massacre da história mundial até o massacre perpetrado por Woo Bum-kon em1981.
Conclusão
Assombrados, o rusmea.com fez um extenso trabalho de pesquisa no Japão atrás de informações sobre a Mansão Himuro. Para surpresa de todos, não encontrou quase nada. O que ele descobriu nos leva a crer que a "Mansão Himuro", os "assassinatos" e "rituais", fazem parte apenas de uma lenda urbana criada nos Estados Unidos, para a divulgação do game Fatal Frame.
Para finalizar, lá no Japão, o pessoal ri de nós por acreditarmos que ela existe :)
Retornando, FATAL FRAME na verdade começou como um livro chamado ''Fatal Frame: A Curse Affecting Only Girls'', escrito por Eiji Otsuka. No filme (que é baseado no livro, apesar da capa do filme afirmar que se baseia no game), Aya (Ayami Nakajo) é uma popular estudante de um colégio interno. Até que do nada ela fica muito diferente, quieta e não querendo sair mais de ser quarto. Tudo começa a ficar ainda mais estranho, quando outras alunas começam a desaparecer e outras afirmam que viram um fantasma, muito parecida com Aya. Michi (Aoi Morikawa) que é sua melhor amiga, investiga o que está acontecendo, suspeitando de uma maldição, que afeta meninas quando beijam a foto de quem admiram a meia noite, e a mesma desaparece. Por isso o nome do livro é (numa tradução literal), ''A Maldição que Afeta Somente Garotas''
Eu particularmente prefiro o enredo do game, mas o filme também é muito bom. Para quem está acostumado com ''J-Terror'', FATAL FRAME é um prato cheio. Algumas cenas podem ser meio lentas e tal, mas curiosamente elas não cansam, já que o sobrenatural segura muito bem a narrativa. Somando tudo isso com a fotografia, o colégio, o bosque e todo o restante são muito bem adaptados para o longa, trazendo algo ''dark'' e melancólico.
Mas, se o jogo é baseado no livro e o filme no jogo, qual a ligação para ter o nome ''Fatal Frame'' ? Bem, tem fantasmas mas isso não seria suficiente. Quem sabe a ''Câmera Obscura'' ? Para quem não sabe, no jogo temos a tal câmera para enfrentar os fantasmas. Ela é a sua ''arma'' para exorcizar os inimigos. Algo original (pelo menos não lembro algum jogo antes com câmera) e muito legal. Já no filme não temos ela. Ou melhor, até tem, mas serve apenas para tirar fotos dos fantasmas. Não que isso seja ruim, mas se jogou antes de assistir o filme, pode ser um pouco frustrante, então recomendo o filme e depois partir para o jogo. Para quem não tem mais um PlayStation 2 ou algum PC para emular o jogo, segue uma playlist completa (em inglês), e aproveitando, se quiserem se inscrever no meu canal de gameplays, fica o convite =) https://www.youtube.com/channel/UC2aJoMAIdSiaIdYs56Sc6Jg
Para finalizar, quero parabenizar a diretora Mari Asato pelo ótimo trabalho, além da dupla principal do filme, Aoi Morikawa e Ayama Nakajo. E sobre o jogo, teve ainda diversas continuações, mas com enredos independentes.